Foi
sexta passada (24 de abril de 2015), minha esposa e eu nos dirigíamos para o
Rio de Janeiro na famigerada ponte aérea. Levantamos voo, senti pelo
estômago que se desdobrou e quase saiu pela boca e em seguida estávamos
descendo, rápido assim, agora foi o rim...veio parar próximo as glândulas
lacrimais em função da brusca freada. Entre os dois momentos, houve
tempo suficiente para a amável tripulação passar vendendo acepipes, nem
sempre deliciosos, mas inflacionados. O companheiro celular estava entre minhas
pernas seguramente fixado (imaginava eu) quando durante a descida tive a
impressão de estarmos em um avião anfíbio devido a quantidade de água que
vislumbrava a nossa frente, do lado direito, esquerdo e fundos, cadê a pista?
Pronto! Percebi...primeiro tranco, segundo e posteriormente uma súbita
freada! Daquelas de lembrarmos da escola e das Leis estudadas em Física, o companheiro celular foi embora obedecendo a Newton. Desgarrou-se do dono e foi parar não sei onde...
momentos de pânico... olhei em direção ao chão próximo ao banco e nada..perguntei
a uma delicada senhora no banco da frente se estava avistando um celular
próximo a ela. Olhou e em seguida me apontando impiedosamente declarou: alguém viu o celular desse
senhor ? Todos procurando..aqui não! Olhe mais a
frente! E assim foi até a aeronave parar definitivamente. Após alguns segundos
de puro silêncio e constrangimento percebi que estava nas mãos da comissária
que me olhou com aquele ar de desdém... enquanto passava por
ela destilou um pouco mais do seu veneno estranho que tem como efeito imediato
deixar o passageiro vermelho da cabeça aos pés! Quer seu celular? Está com Jesus!!!
Agradeço aos solidários passageiros que sabem a importância de um celular para
um pobre mortal. Quanto ao Jesus ainda bem que não quis ficar na casa do
Pai.
Em tempo: Jesus era o sobrenome do piloto.