sexta-feira, dezembro 15, 2006

Sempre gostei de escrever, espero que gostem.

Inocentes

Não há mais teto
nem sombra, nem terra, nem cova
Impune, como o país
Cruel e vil como os generais
Frio como as máquinas sem alma
Começo a achar normal o massacre
silencioso do dia-a-dia
das noites frias
das candelárias
dos filhos do asfalto
das penitenciárias
das esquinas
Crianças que caem como frutas maduras
germinam no chão estéril
somam uma legião marginal
que se alimentam de fuligem ao som das buzinas,
enquanto lá em cima
os homens poderosos donos dos destinos
saciam-se incansavelmente do suor e do sangue dos inocentes.

Airton

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