Cristina Faganelli Braun Seixas*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
A bela e pequena perereca Dendrobates pumilio possui um veneno fatal. Normalmente, quando se fala em animais perigosos, as pessoas logo pensam em animais ferozes, de grande porte - como tigres e leões. O porte, no entanto, não representa necessariamente um alto grau de periculosidade, como se vê pelos elefantes. Além disso, muitas vezes, o perigo pode estar escondido em animais muito pequenos e aparentemente inofensivos, mas que podem matar rapidamente aqueles que sofrem seu ataque. É o caso do sapo-veneno-de-flecha, pertencente ao gênero Dendrobates. Um único espécime desses pode conter até 1.900 microgramas de uma certa toxina, da qual apenas 200 microgramas podem ser fatais, inclusive para a espécie humana. Este sapo era utilizado amplamente por algumas tribos de índios sul-americanos, que dele extraíam veneno para mergulhar a ponta das setas de suas zarabatanas, utilizadas na caça.Existem ainda a perereca venenosa vermelha e azul (Dendrobates pumilio), a perereca venenosa verde e preta (Dendrobates auratus) e a perereca venenosa de faixa amarela (Dendrobates leucomelas). Esta última integra a grande variedade de batráquios existentes no Brasil.
A bela e pequena perereca Dendrobates pumilio possui um veneno fatal. Normalmente, quando se fala em animais perigosos, as pessoas logo pensam em animais ferozes, de grande porte - como tigres e leões. O porte, no entanto, não representa necessariamente um alto grau de periculosidade, como se vê pelos elefantes. Além disso, muitas vezes, o perigo pode estar escondido em animais muito pequenos e aparentemente inofensivos, mas que podem matar rapidamente aqueles que sofrem seu ataque. É o caso do sapo-veneno-de-flecha, pertencente ao gênero Dendrobates. Um único espécime desses pode conter até 1.900 microgramas de uma certa toxina, da qual apenas 200 microgramas podem ser fatais, inclusive para a espécie humana. Este sapo era utilizado amplamente por algumas tribos de índios sul-americanos, que dele extraíam veneno para mergulhar a ponta das setas de suas zarabatanas, utilizadas na caça.Existem ainda a perereca venenosa vermelha e azul (Dendrobates pumilio), a perereca venenosa verde e preta (Dendrobates auratus) e a perereca venenosa de faixa amarela (Dendrobates leucomelas). Esta última integra a grande variedade de batráquios existentes no Brasil.
Serpentes peçonhentas: Naturalmente, ao se pensar em animais venenosos, muito antes dos sapos, vêm as cobras - mas estas não têm a aparência inofensiva daqueles. Mesmo que nem todos as cobras sejam venenosas, sua aparência costuma provocar pavor ou repugnância aos seres humanos. Entre as serpentes venenosas ou peçonhentas, a mais conhecida no Brasil talvez seja a cascavel, do gênero Crotalus, com seu célebre guizo emitindo um sinal de ataque iminente. No entanto, são as jararacas, do gênero Bothrops, as responsáveis por cerca de 90% dos acidentes com cobras registradas no Brasil. A surucucu, do gênero Lachesis, é o maior dos ofídios venenosos do país, podendo atingir até 3,5m de comprimento. A Lachesis muta muta, um dos espécimes do gênero, pode ser encontrada tanto na Amazônia quanto na Mata Atlântica - o que significa que ela está presente no Brasil em toda a sua extensão longitudinal. Corais verdadeiras e falsasA coral verdadeira, pertencente ao gênero Micruru, também é encontrada em todo o Brasil. No entanto, trata-se de uma serpente de pequeno e médio porte (até um metro de comprimento) e respondem por somente 0,5% dos acidentes com ofídios no país. O nome coral verdadeira significa, sim, que existe uma falsa coral. Ou melhor, várias: a Phalotris mertensi, a Oxyrhopus guibei, a Oxyrhopus rhombifer e a Apostolepis dimidiata. Sua semelhança com a coral verdadeira é de grande utilidade, pois mantém eventuais predadores afastados.Convém lembrar que há cobras perigosas que, no entanto, não são peçonhentas: é o caso da jibóia (Boa constrictor) e da sucuri ou anaconda, do gênero Eunectes, do qual há três espécies (murinus, notaeus e deschauenseei. Possuem grande dimensões e são cobras constritoras, que se enrolam nas vítimas, esmagando seus ossos ou asfixiando-as. Um dragão de verdade: No âmbito dos répteis venenosos, um caso muito particular é o dragão de Komodo (Varanus komodoensis). Este é um dos animais mais antigos da Terra, bem anterior ao advento do homem. Ele é muito temido, pois mesmo uma pequena mordida sua pode ser fatal: em sua boca existem centenas de bactérias que são inoculadas na corrente sanguínea de sua vítima.Desse modo, sua presa, depois de contaminada, agoniza por alguns dias, até morrer. Somente quando o animal morto estiver em estado de putrefação é que o dragão de Komodo vai realizar o seu farto banquete... Felizmente, este animal só é encontrado na ilha de Komodo, na Indonésia. Por suas grandes dimensões e agressividade, ele não teme o ser humano e o ataca. Até debaixo da água. Todavia, animais venenosos não se encontram somente em terra firme ou terrenos alagadiços. Há vários peixes venenosos, como o peixe-leão, o Ptérios volitans. O que o faz famoso é o veneno que carrega em sacos na base de cada nadadeira dorsal e lateral. Trata-se de uma neurotoxina com efeito variável dependendo do organismo em que é inoculada. É necessário muito cuidado ao manusear esses peixes, pois um simples raspão em suas nadadeiras pode liberar o veneno, que provoca dor intensa no local da ferida, inchaço, bolhas e manchas na região afetada. Entre os peixes, ainda podem ser citadas outras espécies: os mandis-amarelos (Pimelodus maculatus), o mandi-chorão (Pimelodella sp), os surubins pintados e as cacharas (Pseudoplatystoma sp). Os mandis têm ferrões venenosos, que podem causar dor intensa por algumas horas, além de provocar infecções. Os surubins e cacharas têm ferrões serrilhados perigosos, mas sem a presença de veneno. Já as arraias de água doce (família Potamotrygonidae) possuem venenos fortes que provocam dores intensas por até 24 horas e feridas no ponto de entrada do ferrão.
*Cristina Faganelli Braun Seixas é bióloga e professora no Colégio Núcleo Educacional da Granja Viana, em Cotia (São Paulo).
*Cristina Faganelli Braun Seixas é bióloga e professora no Colégio Núcleo Educacional da Granja Viana, em Cotia (São Paulo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário